Wednesday, August 29, 2007

O menosprezo do tamanho de um continente

África. Tratada como um filho desejado e loucamente amado. E os africanos? Parasitas, piolhos incomodativos na cabeça do filho mais querido.
O que é África sem as mil e uma etnias, sem as paisagens encantadoras da diferença, sem as centenas de línguas ancestrais, o que é África sem a história da humanidade, sem os barcos negreiros, a fome, as ajudas eternas dos loucos bem intencionados, as experiências do FMI, os laboratórios de químicos proibidos no resto do mundo, África, onde a fome se preenche com comprimidos experimentais das farmacêuticas criminosas.
Para uma mãe um filho é um filho, contudo sabemos todos ser muito mais do que isso. No continente onde tudo se vai buscar e pouco ou nada de verdadeiramente humano e progressista se deixa ficar, convivem 58 países, cada um deles capaz de enfeitiçar o coração mais empedernido, com religião, cultura e línguas tão chocantes como o são as cores do leite e do chocolate.
Amar África é amar o povo massacrado das 58 nações onde os governantes são na grande maioria, amantes da Europa e dos Estados Unidos, despidos de toda e qualquer humanidade seriamente empenhados em beijar os pés de quem lhes ofereça carros, ou mulheres, ou casas, jóias, o raio que os parta.
Amar África? Simplesmente? Sem mais? Antes amar a sardinha assada, sempre deixamos a cabeça e as espinhas.
O meu adeus, com uma frase de um líder sincero, o único que conheço:
- Gostaria de dizer a todos os jovens hoje que os amo muito. Vocês são o futuro da África do Sul, a esperança do nosso país arco-íris...
Esta frase é do jovem Nelson Mandela.
Um país arco-íris, como no fundo todo o continente é. A nossa Terra é um planeta arco-íris.
Terrível é haver gente guiada unicamente pelo pote de ouro desprezando as cores da humanidade.

Thursday, August 16, 2007




Hugo Chávez – Alteração da Constituição da Venezuela para bem do(a) povo/maioria?


É com certeza difícil escolher em quem vamos votar mas fazendo-o de forma responsavel será irremediávelmente para o bem e para o mal.
El Comandante Hugo Chávez foi eleito pelo povo Venezuelano.
Este representante de milhões de votos pretende agora alterar a constituição para seu próprio bem ou para bem dos que nele votaram? – Só ele pode responder.
O direito de alterar a constituição é um direito de qualquer governo eleito, desde que possua votos suficientes para isso. O mesmo pode ocorrer em qualquer país europeu como já aconteceu várias vezes – Criaram-se ditadores? Não. Ficou foi o povo mais pobre (julgo eu) em termos constitucionais.
Hugo Chávez é o homem certo para o continente certo e diga-se em abono da verdade não poderia ter vindo na melhor altura, os Americanos entretidos com o Iraque só favorecem o crescimento do gigante que quer por o povo venezuelano a trabalhar seis horas por dia “ para que los hombres tengan tiempo para su próprio desarrollo ", - à quanto tempo eu não ouvia isto, faz-me lembrar o péssimo exemplo dos ex-países Comunistas mas também as boas intenções dos homens, a necessidade que muitos sentem de tentar transformar o mundo e torná-lo na verdadeira terra da raça humana.
Hugo Chávez tem tudo para ser um ditador mas tem tudo também para ser um verdadeiro homem para a história, veremos o que nos reserva o amanhã, acreditando eu que não possa ser pior para a Venezuela do que era antes do Comandante, talvez seja pior para os portugueses mas não para os venezuelanos.
Olhemos para o sonho e suspeitemos do pesadelo, temos muito tempo mais tarde para fazer o contrário.