Wednesday, June 6, 2007

Os arrabaldes

Este fim de semana fiz um “vá para fora cá dentro” e fui até à gloriosa e mui invicta cidade do Porto, obviamente cidade do mui invicto e glorioso Fê-Quê-Pê ou, que é sinónimo, cidade da única equipa que joga verdadeiramente futebol em Portugal apesar das máfias ou similares, associados ao Pinto da Costa, obviamente não maiores que todas as máfias de outros presidentes de clubes de futebol.
Mas não é de futebol que vou falar, até porque raramente vejo um jogo e quando vejo apenas tenho paciência para os últimos quinze minutos do desafio e se vai a prolongamento acabo por não saber o resultado final.
O trágico na cidade do Porto é o caminho que tendo já desfigurado Lisboa se prepara para matar o Porto, esse caminho é a desertificação do centro da cidade e em sentido mais lato da própria cidade em si.
São dezenas as casas à venda na cidade que pelos vistos ninguém quer comprar ou porque estão velhas ou são caras ou então porque nos arredores se constrói casas maiores e melhores, seja como for, a verdade é que continuando assim vamos ter Porto durante o horário de trabalho e depois bye-bye que lá vou eu para os arredores e nestes, depois de uma ou duas horas de viagem só apetece calçar os chinelos e relax, nicles de confraternização, nicles de vizinhos, nicles de nada.

Porquê este abandonar das cidades que já possuem infra-estruturas para receber cidadãos, como escolas, creches, hospitais, linhas eléctricas, água e saneamento, jardins, transportes modernos e pouco poluentes como metro e eléctrico?
O que é que se passa para haver necessidade de construirmos autênticas cidades nos arrabaldes quando já possuímos cidades lindas, construídas com esforço, dedicação e com certeza amor pelos nossos antepassados?
São elas a herança cultural que nos identifica como povo de fado, de pranto e coragem de navegadores e poetas de rebeldes e solidários ou mesmo solitários.

Faz com certeza sentido, expandir uma cidade quando ela já não suporta a população em constante crescimento necessitando de novas habitações, mas abandonar uma cidade feita para nós e gastarmos recursos a construir outra cidade, onde vamos viver pior, é de se chamar nomes!
Aproveitando a campanha eleitoral em Lisboa; onde estão os candidatos que verdadeiramente desejam colocar população nova em Lisboa?

As obras megalómanas da capital só servem para visitas turísticas ou para passagem de carros e metro como a eterna obra do terreiro do paço, as pequenas como seriam as habitações nunca têm orçamento.
O que se constrói de habitação em Lisboa é a preços para o bolso de Alemães ou Noruegueses ou então o já habitual e ridículo sorteio da EPUL para supostos jovens, com casas a preços controlados, chegando algumas destas casas controladas a custar 250.000€.
Somente uma pequena percentagem das casas vendidas pela EPUL são realistas em relação aos ordenados praticados em Portugal tudo o resto é pura especulação, corrupção e esbanjamento.
Uma politica séria de habitação é necessária tanto em Lisboa como no Porto. É bom para os políticos de ambas as cidades, é bom para a saúde dos cidadãos, é bom para o ambiente e é bom para a própria comunidade multicultural e multiétnica que desejamos unida e em franco progresso.
Vamos pensar nisto Senhores Políticos

Já agora são estes os meus pedidos aos candidatos para a Câmara de Lisboa:

- Mais Casas para venda ou aluguer.
Não esquecer, por favor, que o ordenado mínimo em Portugal é de 403,00€.
+/- 7% dos trabalhadores activos recebem este salário que andarão pelas 500.000 alminhas, sendo que a população activa não ultrapassa os 5,5 milhões. De salientar ainda, Senhores Políticos, que o salário médio em Portugal, que se não me engano é o do vosso próprio país, ronda os 900,00€, que como dará para perceber são 2,75 milhões de Portugueses activos que não poderão comprar casas daquelas que vocês gostam, aquelas assim, um tanto ou quanto acima dos 200,000€. Percebido?

- Menos corrupção.
Não quero ser chato, mas aquilo que não vos custa a ganhar já o povo sabe que vai ser mal gasto. Assim como assim, aproveitem as benesses para pagar o parquímetro e o bilhete de comboio dos desgraçados que teimosamente vão trabalhar para a cidade que parece vos pertencer.

- Obras realizáveis somente com o dinheiro orçamentado.
Eu sei, eu sei que daqui cai muito no vosso bolso, mas pronto, vamos lá deixar-nos de diabruras e passemos a trabalhar a sério só com o dinheiro que está estipulado. Tive uma professora na escola primária que por muito menos punha-me as mãos inchadas com reguadas. Não queiram conhece-la.

Agora pontos que julgo de extrema importância:

- Não colocar um Membro do Governo, mesmo que digam que é ex, na Presidência da Câmara, para tal já temos o Governo.

- Não colocar um ex-membro do Governo de Santana Lopes na Presidência da Câmara, já não foi nada mau termos sobrevivido à experiência. Como seja o Fernando Negrão.

- Não colocar um ex-membro do Governo de Santana Lopes na Presidência da Câmara, já não foi nada mau termos sobrevivido à experiência. Aqui fica o Telmo Correia.

- Não colocar um Senhor que diz que os pretos têm que ir para a terra deles, seja lá o que significa pretos e seja lá o que significa a terra deles, até porque o dito senhor é capaz de ser mais perigoso para os brancos que gostam de ficar pretos na praia, não vá um gajo vir bem disposto e bronzeadinho do Meco e ter um comité de boas vindas à espera na ponte 25 de Abril, o PNR com o seu candidato, armados até aos dentes só deixando atravessar quem for capaz de dançar um sempre Português, bailinho saloio.

- Não colocar um Senhor que diz que é uma espécie de monárquico pois como todos sabem nós vivemos numa espécie de República.

Os restantes são bem vindos e todos merecem vencer, no entanto se eu pudesse mexer nas listas e juntar elementos ou simpatizantes de umas e outras dava origem à :

Lista de Salvação Nacional ou Capital

Presidente: Garcia Pereira (PCTP-MRPP)

José Sá Fernandes (BE)
Helena Roseta (?)
Saldanha Sanches(PS=?)
Manuel Monteiro – é bem intencionado (PND)
Manuela Ferreira Leite (PSD)
Cantora Dina – ela não consegue estar longe do Manuel Monteiro.
Paulo Trancoso (MPT)
Ruben de Carvalho (PCP)
Ribeiro Telles (BE=?)
Carmona Rodrigues – vai ser necessário para dizer onde escondeu o dinheiro.
Santana Lopes - vai ser necessário para dizer onde escondeu o dinheiro.
João Soares - vai ser necessário para dizer onde escondeu o dinheiro.
A Minha Professora da primária – para por a falar o Carmona, o Santana e o
Soares.

Desde já um bem haja e tino no voto, aos outros que vão votar no avô cantigas, aquele abraço e lá nos encontramos depois das eleições.