Thursday, May 17, 2007

O medo do Islão

O tema do medo sempre me perturbou.
Reparem como a palavra é por si maior que todas as outras. Não é só assustador sentir medo como também é cruel criar o boato do medo.
De que temos, então, medo?
Obviamente de tudo o que nos cause sofrimento! Com o significado que o sofrimento terá para cada um.
Podemos experimentar muito sofrimento ao longo da nossa vida, acabamos por ter assim, medo de repetir tais experiências. Ou então, vivendo sem nunca sofrer, ansiosamente tememos que algum dia isso possa acontecer. Uns e outros desenvolvem irremediavelmente o caracteristico e natural medo.
Sem essa caracteristica será possivel a vida na terra?
Imaginem o que seria viver neste planeta se não existisse medo de nele viver. Não conseguem imaginar nada de bom?
Nos últimos tempos apareceu uma verdadeira campanha com o intuito de lançar o famigerado boato do medo. Este boato quer fazer crer que é tendo medo do Islão e de todos os Muçulmanos que vamos passar a viver sem medo e uns atrevem-se até a adiantar, vamos passar a viver melhor .
O medo não desaparece por fazermos desaparecer o que quer que seja, o medo nasce connosco e acompanhará a nossa vida até ao fim.
Desaparece a ameaça do Islão e o que fica? Ficam os psicopatas que criamos, os ladrões a quem ensinamos, fica o emprego que nem nos piores pesadelos existe, ficam as dívidas por pagar, ficam as pessoas sem palavra, os aviões a cair de velhos, os barcos com refugiados, fica a doença e ficará, como o medo que mais alto grita na maioria de nós, a morte.
Tudo o que fica, ficará independentemente da religião que decidirmos culpar. O problema não está na religião que cada um escolheu para temer. O problema está em cada um de nós e no que cada um faz para se sentir mais confortável com o seu medo. Há os que temem mais as dezenas de bombas nucleares Americanas do que as dezenas de terroristas que se têm feito explodir.
Não desprezem o facto de que o medo patológico que o terrorista sente, ao ser capaz de se fazer explodir, é exactamente o medo que sente, a pessoa que lança a bomba nuclear. É tudo uma questão de medo e os "medos" só justificam os fins.
Os boatos que ultimamente se usam na Europa estão a passar para a fase da comédia. Com o Islão, os governos Europeus mais não estão a fazer do que tentar criar um bode espiatório com o intuito de desculpar ou fazer passar despercebido todos os outros medos que o próprio sistema cria, o desemprego, a exploração, a falta de justiça, os assaltos, as questões raciais, etc.
Tudo o que envolva o nosso dia a dia, o nosso bairro, o local de trabalho são e têm que ser, a nossa primeira preocupação. São os medos que envolvem este ambiente os primeiros aos quais devemos prestar atenção. Porque é que tenho vizinhos a vasculhar o lixo? Porque é que encontro pedintes no percurso para o trabalho? Como é possivel ouvir tiros quando estou a tentar dormir? Porque é que os meus vizinhos não se dispoem a cumprimentar-me se nos vemos todos os dias, exactamente como se fossemos uma família?
São muitas questões? A resposta está no Islão?
Já existe muito medo à nossa volta, não há necessidade de mais!
O Islão pode ser tão perigoso quanto o Cristianísmo ou o Judeísmo é tudo uma questão de Épocas e Necessidades.
Devemos simplesmente continuar a ser libertários e justos.
A Europa deve usar o seu tempo e a sua boa vontade no apaziguamento dos medos, não deve por motivo algum abrir a porta aos caminhos que levarão a todos para um lugar infernal.
De certo, nenhum de nós quererá viver pior do que já vive.
--O homem racional é maior que todos os medos--

kuntuala

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