Tabaco vs kiss my ass - traduzindo: o amor está no "ar"
Que apareça um fumador exclamando de boa fé que desconhece os malefícios do tabaco, alguém se ofereçe?
Claro que não. Todos sabemos que o tabaco faz mal, então porque é que nos continuam a chatear com o cancro do pulmão, as mil e uma substâncias mortais do fumo, as gastrites, o mau hálito, os problemas ambientais-os filtros levam dezenas de anos a degradar-se. Enough is enough.
Claro que não devemos fumar em locais onde terceiros inalam fumo que não pediram, mas proibirem de fumar sem haver alternativa nos locais ditos públicos parece-me ditadura dos higiénicos, qualquer fumador adulto é com certeza contribuinte neste país e como tal com direitos que não podem ser postos em causa por simples modas saudáveis. Devem ser criados espaços de qualidade para quem opte conscientemente morrer de cancro no pulmão ou de outra doença qualquer relacionada com o tabaco e acima de tudo os fumadores e não fumadores serem conscientes, justos e coerentes.
A rua das nossas cidades é tão pública como qualquer outro espaço e todos os dias vejo milhares de carros com cidadãos, provavelmente muito saudáveis, a poluirem o ar de cidadãos fumadores e não fumadores, todos os dias vejo dezenas de aviões a sobrevoar Lisboa com milhares de turistas viajando por pura diversão, enquanto isso lá vai o avião poluindo quem fuma e quem não fuma, e as fraldas descartáveis dos bébés? E os tampões descartáveis?
--A produção de tampões e absorventes descartáveis e suas embalagens abusa dos recursos naturais e cria poluição. Cada ano, as mulheres nos estados Unidos jogam mais de 12 bilhões de absorventes e 7 bilhões de tampões nos sistemas de esgoto. Em dois anos, um bebê que usa fraldas descartáveis usa 4.5 árvores e põe duas toneladas de matéria fecal no meio-ambiente. Um bilhão de árvores são usadas, no mundo inteiro, a cada ano, na fabricação de fraldas. No Canadá, os fabricantes de fraldas consomem 65.500 toneladas de plástico e 9.800 toneladas de material de embalagem por ano. O potencial para a reciclagem é baixo, e o produto contém substâncias químicas cujos efeitos a longo prazo permanecem desconhecidos. O processo que clareia a polpa de madeira usada nas fraldas produz dioxinas. Esses poluentes acabam na atmosfera e também nas fraldas. --retirado do site: http://www.terra.com.br/planetanaweb
--Uma simples fralda descartável leva no mínimo 3 anos para se decompor naturalmente. Segundo pesquisa desenvolvida em 1988, nos Estados Unidos, 414 toneladas de fraldas descartáveis sujas foram jogadas fora por hora. Cerca de 60% de uma fralda descartável são feitos de polpa de madeira. Estes dados são, no mínimo, alarmantes.--retirado do site: http://www.acea.org.br/
--Voar rumo a um paraíso terrestre pode ser mais prejudicial à natureza do que se imagina. Estima-se que cada passageiro que voa a uma longa distância para as Ilhas Fiji, por exemplo, influi mais na mudança climática no planeta do que se viajasse de carro durante cinco anos.--retirado do site: http://www.dw-world.de
--Exposição ao chumbo: em 1997, o Banco Mundial colocou dentre os 10 objetivos prioritários a retirada do chumbo do petróleo. O chumbo tem sido utilizado por décadas sendo proveniente de emissões industriais, tintas e combustíveis. Ele causa intoxicação em crianças alterando seu estado neurológico e diminuindo seu nível de inteligência. Apesar dos países ricos já terem diminuído sua emissão, os países pobres ainda mantêm altas taxas no ar.
Poluição pelo Tráfego: Existem mais de 750 milhões de carros em todo mundo. Problemas: acidentes – 750.000 mortes anualmente; poluição aérea – problemas respiratórios; chuva ácida e acúmulo global de gás carbônico.--retirado do site: http://boasaude.uol.com.br
Vamos lá pessoal, somos todos inteligentes. Então porque é que querem fazer os fumadores passar por parvos?
Com a atitude cega dos não fumadores só vamos conseguir levar o estado, que deve tratar todos por igual, a criar medidas punitivas aos cidadãos não saudáveis inclusive as de indole hospitalar, qualquer dia um cancro do pulmão num fumador não poderá ser tratado no sistema nacional de saúde, depois virá o diabético que comeu muitos pasteis de nata, a seguir o cancro do colo do útero nas mulheres que tiveram relações sexuais e neste caso vamos proibir as mulheres de ter relações sexuais? Passo a explicar:
--De acordo com estudos epidemiológicos, 50% das mulheres que estão a ficar sexualmente activas irão contrair uma infecção genital por VPH (virus do papiloma humano) durante os próximos dois anos. Embora o risco de infecção genital por VPH durante uma vida esteja estimado em 80%, apenas uma minoria destas mulheres virão a desenvolver cancro do colo do útero... Diversos estudos mostraram que a persistência das infecções genitais por VPH está particularmente associada ao desenvolvimento do cancro do colo do útero. O cancro do colo do útero é a principal causa de morte e o segundo cancro mais frequente nas mulheres de todo o mundo”. --retirado do site: http://www.aidsportugal.com
Percebem onde quero chegar? Claro que sim, os não fumadores também são inteligentes só estão é a perder tempo com um tema que é do foro intimo de cada um, sempre respeitando os outros, claro.
2 comments:
Sweetcandy,
desculpe-me em discordar do teor geral do post! Uma coisa é a liberdade do fumador, outra a do não fumador, uma outra a da poluição, mais uma ainda a dos malefícios para a saúde. Agora, por favor não as misturemos.
Também eu defendo e pratico a liberdade de fazer com o meu corpo o que quero.
Mas o problema na questão da pandemia do tabaco é a da completa falta de responsabilidade cívica da maioria dos fumadores!
Ninguém os quer proibir de fumar - pelo menos eu, como jurista que sou, não encontro isso no texto da proposta de lei!
Trata-se apenas de regulamentar a protecção da saúde dos não fumadores; já que hoje se fuma aleatoriamente em qualquer lado, exceptuando lugares que, enfim, o senso comum o impôe!
Resto com algum desconforto quando vejo esta ligação/confusão/negação entre diversas liberdades.
A luta dos "anti-tabagistas", enfim, não concordo muito com esta denominação... Isto é, penso integrar-me numa maioria de defensores do direito à saúde dos não fumadores, pois os famosos anti-tabagistas, são felizmente uma minoria. E então, voltando ao início da construção: essa luta de um grupo de cidadãos onde me integro apenas exige o respeito pela sua liberdade de não fumar passivamente.
As outras questões paralelas, do que faz ou não mal à saúde (o álcool, por exemplo) do que polui ou não, são distintas e como tal vão tratadas em sedes distintas. Essas são outras lutas. Não as misturemos.
Por favor...!
Haverá por aí algum não fumador que negue os malefícios da poluição atmosférica?! Que negue a destruição da floresta? Os malefícios do uso do automóvel, do avião, do plástico, etc., etc...
Agora, penso que tenho o direito de exigir que no meu local de trabalho, num cinema, num centro comercial, numa agência bancária, num super ou hipermercado, numa escola, numa universidade, num local de culto religioso, num hospital, numa repartição pública vigore o princípio de que aqueles são locais onde fumar é uma excepção e não a regra. Acto esse feito em zonas devidamente delimitadas para o efeito, onde não se prejudique a saúde de terceiros. É o mínimo. É uma questão de respeito pelos outros.
Caro sweetcandy, provavelmente também eu generalizo quando digo que a maioria dos fumadores não tem educação e não respeita os outros; mas não se diga que vem aí uma cruzada higiénica e fundamentalista!
Fico com a ideia que se tem exagerado de parte a parte, mas olhe que é sobretudo do lado dos fumadores e de quem os defende.
O grande problema é que eu enquanto não fumador, não vejo, por exemplo, tutelado o meu direito à saúde no meu local de trabalho: E desse não abdico.
Depois, em termos de espaços públicos, aí já serei mais flexível, pois só os frequento se quiser. Contudo, alguns deles, terão de ter um mínimo de regras. Não podemos continuar a pactuar com a "javardice" que existe actualmente.
Nota final: vejo que também você, como a maioria das pessoas que se têm manifestado completamente contra, ou um pouco menos, como é o seu caso, se esquecem sempre de um grupo de pessoas: os trabalhadores não fumadores desses espaços públicos! Será que não têm direitos?!
Amigo Bento de Aviz, se reparar a luta anti-tabágica faz-se salientando:
-doenças associadas ao acto de fumar
-poluição ambiental dos espaços frequentados por estes
-despesa do SNS no tratamento dos fumadores
-o direito dos não fumadores de evitarem a "obrigação" de adoecer com as doenças dos fumadores
Em relação ao primeiro ponto está fácil de ver que cada um faz como bem entender.
Sobre a poluição, criem-se espaços que não descriminem quem pretende escolher sejam eles públicos ou privados porque antes de se legislar deve-se preparar o terreno, se assim não for entramos no campo da discriminação, imagine voçê que antes de haver alternativa se proíbia a circulação automóvel, não se sentiriam descriminados os automobilistas? A favor dos que com razão dizem que os filhos desenvolvem cada vez mais asma, entre outras doenças, devido à poluição automóvel?
Na ausência desses espaços haverá inevitávelmente conflito, pois civismo está a ser demonstrado pelos fumadores que antes mesmo de haver os ditos espaços já evitam fumar em ambientes fechados, não direi todos mas uma boa maioria e só não são mais por culpa dessa mesma ausência de alternativa.
Nas despesas do SNS entram todas as doenças que descrevi e as que o amigo refere como as associadas ao álcool para contrapor às "terriveis" despesas que o estado tem com os fumadores.
Todo o não fumador deve poder frequentar espaços livres de fumo, é um direito que tem, exactamente na mesma proporção que o fumador deve ter direito a frequentá-los com fumo, aqui voltamos à questão dos espaços, se ambos direitos chocam não resta alternativa à sociedade se não regulamentar locais dentro dos edificios que permitam as alternativas, sempre de qualidade, seja para não fumadores ou para fumadores.
Aqui vou salientar "de qualidade" porque o que está a acontecer é uma entrega total dos ditos espaços aos não fumadores e como se não bastasse empurram os fumadores muitas vezes para salinhas deprimentes sem condições nenhumas, onde nem sequer há circulação de ar, noutros casos parece que estamos de castigo pois nem nos podemos sentar, para já não falar nos cinzeiros a abarrotar o que me parece propositado. Vem daqui a minha revolta como contribuinte pois os impostos tanto são dos fumadores como dos não fumadores, então porque é que os espaços de qualidade são entregues aos não fumadores?
Imagine o amigo que conseguimos, através de muitos lóbies e de muitos anos de luta impedir que as pessoas falem em voz alta ou até normal em locais públicos evitando assim a poluição sonora que terceiros têm que suportar, o que vai acontecer? No trabalho só vai haver lugar para mudos, nos hospitais só quem entra mudo e sai calado é que respira liberdade, nas repartições públicas entra um contribuinte com vontade de gritar mas tem de se manter calado senão leva uma multa, se quiser comprar uns bons altifalantes tem que pagar um imposto especial e altíssimo porque os mudos assim o impõem.
Enfim, Aviz, o respeito e a consideração que me merecem os não fumadores é por mim, em todos os momentos, alvo da máxima atenção, o que não está a acontecer por parte dos não fumadores ou então ando muito distraído.
Não esquecer que é tão difícil para um fumador não fumar num local público quanto é difícil a um não fumador respirar esse fumo. No entanto, o papel activo, quem vai ter que se conter será sempre o fumador e só este pode demonstrar até onde vai o seu civismo, os não fumadores por mais activos que sejam nunca saberemos se são seres humanos com muito ou pouco civismo.
Deixe-me discordar com o facto de pensar que a poluição do ar provocada por aviões e carros não é para aqui chamada, repare que essa mesma poluição, origem de várias doenças, vai contra a liberdade daqueles que se deslocam de bicicleta ou comboio ou a pé exactamente para evitar poluir o mundo que é de todos, mas mesmo deslocando-se assim respiram o ar poluido pela liberdade dos outros. Também aqui estão em causa direitos de terceiros não salvaguardados, também aqui está em causa o direito a respirar melhor por parte dos trabalhadores que exercem a sua actividade na rua, jardineiros, carteiros, distribuidores, vendedores, varredores, etc,etc. Claro que isto já são outras identidades dentro do mesmo tema -direitos e liberdades-, com certeza avançaremos aos poucos e como com o Tabaco é preciso sómente equilibrio na legislação e na acção práctica.
Obrigado por me deixar fumar pois sei bem que apesar de tudo podia estar a viver numa ditadura e essa sim impediria-me de fumar. Ou se fosse o contrário obrigá-lo-ia a si a fumar.
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